Governador: “Temos que ter vergonha”, sobre alerta máximo de feminicídios em MT

O governador Mauro Mendes (União Brasil), disse “ter vergonha” por Mato Grosso liderar, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de feminicídios. O dado está no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado nesta semana.

À imprensa, o governador reconheceu a gravidade da situação do Estado e disse que o governo não está poupando esforços para combater a violência contra a mulher.

“Nós temos que ter vergonha, sim, disso. Tudo que é possível fazer, o governo de Mato Grosso vai fazer. Nós temos feito muita coisa, mas não pouparei nenhum esforço”, disse o governador.

“Todos os feminicídios que aconteceram no estado nós identificamos o autor, prendemos e colocamos [o criminoso] à disposição da justiça. Infelizmente, essa sensação de impunidade, de violência extrema, ela está muito presente em todo o Brasil, inclusive em Mato Grosso”, completou.

Mato Grosso registrou 47 feminicídios em 2024, segundo o relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número representa uma taxa de 2,5 assassinatos por 100 mil mulheres — a mais alta do país.

Apesar de o número ser semelhante ao de 2023 (46 casos), o governador demonstrou profunda indignação com a realidade enfrentada pelo Estado.

Vítimas de feminicídio em Mato Grosso, entre os meses de janeiro a julho de 2024 — Foto: Reprodução g1

“É um negócio que me deixa extremamente preocupado. Eu fico muito consternado em ver mães de família, mulheres sendo assassinadas brutalmente por homens covardes”, disse.

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Feminicídios seguidos de suicídio

Mato Grosso também lidera, junto com Santa Catarina e Piauí, o número de feminicídios seguidos de suicídio do autor. Foram oito casos desse tipo registrados no estado no ano passado.

Apesar dos índices elevados, o estado apresentou uma redução no número de vítimas que possuíam medida protetiva, foram oito casos em 2023, contra um único registro em 2024.

Perfil das vítimas e local dos crimes

Segundo dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso, a maioria dos crimes ocorreu dentro da casa das vítimas, foram 24 ocorrências em domicílio. As principais faixas etárias das vítimas estão entre 18 e 24 anos e entre 35 e 39 anos.

Os feminicídios também deixaram um rastro de consequências familiares, 49 crianças e adolescentes ficaram órfãos em decorrência desses crimes ano passado.

De acordo com os dados, até julho de 2025, 30 casos foram registrados em Mato Grosso.

A 19ª edição do Anuário também apresentou dados sobre nove tipos de violência contra a mulher; incluindo Homicídio e feminicídio (consumado e tentado); Lesão corporal dolosa no contexto de violência doméstica; Ameaça; Perseguição (stalking); Violência psicológica e pela primeira vez, o descumprimento de Medida Protetiva de Urgência.

Violência doméstica — Foto: Nadine
O Noroeste

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