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Gisela convoca Mato Grosso a reagir contra mortes de mulheres I MT

Nesta última terça-feira, 25 de novembro — Dia Mundial de Eliminação das Violências contra a Mulher — a deputada federal Gisela Simona – líder da bancada feminina do União, e vice-presidente do maior bloco da Câmara Federal, composto por oito partidos e 363 deputados -, voltou a alertar a perigosa elevação no número de mortes de mulheres, ao unir o marco internacional à campanha dos ’21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas’, iniciados no dia 20 de novembro.

“Precisamos com urgência encontrar alternativas que sejam capazes de colocar fim à estatísticas tão amedrontadoras como os dados divulgados esta semana pelo Escritório das Nações Unidas e ONU Mulheres que mostram que apesar dos anos de compromissos globais, em 2024, 83 mil mulheres e meninas foram mortas, 50 mil assassinadas por parceiros ou familiares, apontando que uma mulher ou menina foi assassinada por um parceiro ou familiar quase a cada 10 minutos, uma média de 137 por dia”.

A deputada federal igualmente frisou a dolorosa realidade de Mato Grosso – que lidera o ranking de feminicídios pelo segundo ano consecutivo no país – e que mesmo antes de terminar novembro já superou o número de mortes de mulheres registrados em todo o ano de 2024.

“O Dia Mundial de Eliminação da Violência contra a Mulher não é apenas uma data. É uma convocação. No Brasil, todos os dias, histórias como a sua e a minha são interrompidas. Em Mato Grosso, já são 51 feminicídios até esta terça-feira — quatro a mais do que todo o ano passado. Sete dessas mulheres buscaram proteção e, mesmo assim, não sobreviveram. O número já supera os 47 feminicídios registrados em 2024. Assim, não venho aqui só para lembrar uma data, mas para reafirmar que nenhum tipo de violência é aceitável — física, sexual, psicológica, política ou digital. E que enquanto uma mulher tiver medo, o nosso trabalho é denunciar, debater e mobilizar para transformar”.

A deputada também chamou atenção para a adesão, este ano, de inúmeras instituições brasileiras ao tema proposto pela da Organização das Nações Unidas (ONU) – ‘Una-se para acabar com a violência digital contra todas as mulheres e meninas’ -, destacando o avanço do assédio on-line e a importância da segurança digital para a igualdade de gênero. Ao desvelar um fenômeno crescente: o avanço das agressões no ambiente virtual — de cyberbullying a deepfakes, perseguições, vazamentos de imagens íntimas e rastreamento por GPS. “Ataques digitais não são irreais. Eles atravessam a tela e chegam ao corpo. Muitas vezes começam na rede e terminam em agressões físicas e feminicídios”.

Para a deputada unista, os ’21 Dias de Ativismo’ vem se consolidando ao longo dos anos, envolvendo secretarias estaduais, políticas para mulheres, escolas, universidades, organizações sociais e instituições públicas. Com uma agenda que concentra quatro eixos: enfrentamento à violência doméstica e sexual,combate ao feminicídio, promoção da saúde e das políticas de cuidado e defesa da igualdade racial e de gênero.

“Precisamos entender que não falamos só de números, muito antes falamos de mulheres com nome, rosto e sonhos interrompidos. Assim, o Brasil não pode naturalizar a violência como destino. E até que isto acabe, seguiremos mobilizando instituições, fortalecendo políticas públicas e garantindo que nenhuma mulher esteja sozinha. Porque a vida das mulheres não é estatística — é direito.”

No Brasil, a campanha é mobilizada pela ONU Mulheres desde 2003 e integra datas estratégicas:- 20 de novembro – Dia da Consciência Negra; 25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres; 1º de dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS; 3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência; 6 de dezembro – Dia dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (Laço Branco); 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O Noroeste

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