Um presídio em Juína, a 737 km de Cuiabá, foi parcialmente interditado pela Justiça por apresentar superlotação de detentos. A unidade conta atualmente com 302 presos, 184% acima da capacidade de 164 vagas.
Essa é a segunda unidade prisional a ser interditada em menos de um mês no estado por causa de superlotação e condições insalubres do ambiente. No dia 25 de novembro, foi determinado a transferência dos presos da unidade de Sorriso . A unidade apresentava risco de rebelião por funcionar com 380 detentos, apesar de possuir capacidade para apenas166 .
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça mas não obteve retorno até a publicação.
Em Juína, o problema vai desde detentos dormindo próximos a sanitários, ventilação insuficiente, iluminação inadequada, falta de higienização e até banho de sol feito através de janelas com grade. Dentre os problemas identificados, estão:
O documento cita o Plano Estadual do Programa Pena Justa, que enquadra a situação atual do presidio de Juína, onde consta a “necessidade de controlar e racionalizar a entrada de pessoas no sistema prisional, vedado o ingresso quando a unidade estiver acima da capacidade legal”.
O Defensor Público Caio Eduardo Felicio, emitiu um relatório demonstrando os agravamentos inconstitucionais da situação do presídio, como:
As irregularidades não são de hoje. O presídio já foi interditado nos anos de 2018, 2022 e 2023 devido aos graves problemas estruturais, sanitários e médicos, o que, segundo a decisão, demonstra uma reincidência e uma precariedade crônica no acolhimento de necessidades básicas que garantem a dignidade da pessoa humana. O local, por exemplo, ficou anos sem um médico na unidade.
Na decisão, é citado ainda que algumas alas da unidade prisional possuem mais de 16 presos excedentes por ala. Em um local onde caberiam 8 pessoas, estão alocadas cerca de 33, uma superlotação de 312.5%.
As condições violam diretamente as Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos (Regras de Mandela), que discriminam o tratamento cruel, desumano ou degradante e impõem aos Estados a obrigação de assegurar minimamente condições materiais adequadas de habitação, higiene, saúde e salubridade nas unidades prisionais.
“Todas os ambientes de uso dos presos e, em particular, todos os quartos, celas e dormitórios, devem satisfazer as exigências de higiene e saúde, levando-se em conta as condições climáticas e, particularmente, o conteúdo volumétrico de ar, o espaço mínimo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação”, diz trecho do documento.
Além de Juína, a unidade já recebeu presos de Castanheira, Brasnorte, Aripuanã, Juruena, Colniza, Juara, dentre outros municípios, e também de outros estados, como Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Após decisão do corregedor do Sistema Prisional, o juiz Vagner Dupim Dias, fica proibido o ingresso de novos detentos na unidade prisional, com exceção de situações urgentes como flagrantes de crimes ou expedição de mandatos dentro que aconteçam dentro do município. Além disso, o magistrado determinou que o Estado apresente um plano para a superlotação da unidade prisional e que a Secretaria Estadual de Justiça providencie, no prazo de 30 dias, a transferência de no mínimo 76 presos para outras unidades prisionais.
Unidade conta com 290 leitos e vai atender casos de alta complexidade, com capacidade para…
Programa SER Família Habitação entregou 597 casas do Residencial Jardim dos Ipês em Primavera do…
Governador entregou 597 moradias pelo SER Família Habitação e autorizou obras de infraestrutura e educação…
A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) e a Polícia Militar (PMMT)…
Ao todo, 12 profissionais foram premiados com valores que variam entre R$ 50 mil e…
A 93ª edição da Operação Lei Seca, realizada nesta quinta-feira (18), fiscalizou 200 veículos e…