Várzea Grande (MT) segue na lista dos 20 piores municípios em saneamento e Cuiabá lidera investimentos por habitante

A reportagem encontrou em contato com a Secretaria, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

No estudo anterior, divulgado em 2023, a cidade já estava na 12ª posição do ranking. Já na análise de 2021, referente aos dados de 2014 a 2021, o município aparecia em 8º lugar entre os piores. Naquele ano, o estudo ainda apontou que o município não aplicou o dinheiro arrecadado para o saneamento.

O relatório avalia desde o volume de investimentos até os avanços nos principais indicadores de saneamento básico. Os dados utilizados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), ano-base 2023, publicados pelo Ministério das Cidades.

De acordo com o ranking, os 20 municípios em pior situação investiram, em média, R$ 78,40 por habitante por ano, entre 2019 e 2023, valor 65% abaixo do considerado necessário para avançar rumo à universalização dos serviços, estimado em R$ 223,82 por habitante.

Já a capital Cuiabá foi a única capital brasileira a superar o patamar de investimento por habitante considerado ideal para avançar rumo à universalização do saneamento. Segundo o levantamento, a capital investiu R$ 415,02 por habitante, valor acima do necessário e superior ao de grandes capitais, como São Paulo (R$ 198,97 por habitante) e Campo Grande (R$ 195,31 por habitante), segundos e terceiros colocados respectivamente.

No indicador de perdas na distribuição de água, Cuiabá aparece na 95ª posição, com nota 4,51. O índice mede a relação entre o volume de água produzido e aquele que de fato chega ao consumo nas residências.

Quanto menor for a porcentagem de perdas, melhor a classificação do município, já que indica menor desperdício ao longo do sistema de distribuição, nesse quesito a pontuação da capital foi de 55,49.

Em nota, a concessionária Águas Cuiabá, afirmou que entre os principais desafios para a redução das perdas na capital estão a grande incidência de redes antigas, áreas irregulares e o enfrentamento da elevada ocorrência de fraudes no sistema de abastecimento. Segundo a empresa, o município registra 46% de perdas pontuais, resultado que representa uma redução de 7% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Por fim, o estudo destaca que o ranking segue sendo uma ferramenta essencial para identificar boas práticas, apontar gargalos estruturais e orientar políticas públicas e decisões estratégicas rumo à efetiva universalização do saneamento básico no Brasil.