Baguncinha, lambadão e ‘vôte’: coisas que só quem é cuiabano entende

Da culinária típica à forma única de falar, além de passear por manifestações culturais que misturam influências indígenas, africanas e europeias, Cuiabá revela uma identidade vibrante, que encanta moradores e visitantes.

👉Veja, pratos típicos e expressões culturais que somente um cuiabano raiz pode reconhecer. Confira abaixo:

• Baguncinha: Com um preparo único que combina diversos sabores, o baguncinha é um lanche preparado na chapa e que se tornou patrimônio cultural, ao lado da maionese temperada.
• Maria Izabel: Prato típico feito de carne seca e arroz.
• Farofa de banana: Este é um clássico acompanhamento cuiabano. Ele é simples, saboroso e versátil, feito com banana-da-terra madura, farinha de mandioca, cebola, alho, manteiga e temperos.
• Pixé: Enrolada em cones de papel, esse doce é preparado com milho torrado, açúcar e canela.
• Quebra-torto: Café da manhã reforçado como carne com arroz, farofa, ovo frito.

• Vôte: É uma palavra que se usa para expressar repulsa, aversão ou espanto. É uma exclamação espontânea do cuiabano, que pode ser usada em situações inesperadas ou desconcertante.
• Pau-rodado: Metáfora faz menção à pessoas que vieram de fora da capital mato-grossense. A palavra faz referência aos troncos de árvores que desciam os rios rodando nas margens até se fixarem em algum trecho.
• Rebuçar: Cobrir o corpo com lençol ou cobertor.
• Chapa e cruz: Expressão faz referência a pessoas que nasceram e morreram em Cuiabá.

• Lambadão: O lambadão cuiabano – ou simplesmente lambadão – é um estilo de música e dança característico da capital e tem influência do rasqueado, carimbó e lambada paraense.
• Cururu e siriri: O cururu é uma dança folclórica típica da região Centro-Oeste do país e é tradicionalmente praticada por homens. Já o siriri é uma dança tipicamente protagonizada por mulheres, que usam saias rodadas, e também por crianças.
• Viola de Cocho: A fabricação da viola de cocho depende de matéria-prima encontrada exclusivamente na flora do cerrado e do pantanal. “Cocho” se deve ao formato de sua caixa de ressonância, cavada em uma tora de madeira inteiriça tal qual o recipiente de alimento dado para o gado.

Há várias versões para a origem do nome Cuiabá. Uma delas é de que o nome tem origem na palavra bororo Ikuiapá que significa “lugar da Ikuia” (ikuia: flecha-arpão, flecha para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar), o nome designa uma localidade onde os índios bororos costumavam caçar e pescar, no córrego da Prainha (que corta a área central de Cuiabá).

Outra explicação possível é a de que Cuiabá seria uma aglutinação de Kyyaverá (que em guarani significa ‘rio de lontra brilhante’). Uma terceira hipótese conta que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio e que Cuiabá significaria “rio criador de vasilha”. Há ainda outras versões menos embasadas historicamente, que mais se aproximam de lenda do que de fatos.

No dia 8 de Abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assinou a ata da fundação de Cuiabá, no local conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó. Foi a forma encontrada para garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo.

Em 1726, o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, chega na capital como representante de Portugal. Em 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Porém, parte da população abandonou a capital depois que as lavras de ouro foram menores que o esperado.

Um século depois de sua fundação, Cuiabá foi alçada à condição de cidade em setembro de 1818, e tornou-se a capital da então província de Mato Grosso no dia 28 de agosto de 1835, já que antes, a capital da província era Vila Bela da Santíssima Trindade.