Categories: ALMT

Deputado do Araguaia pede respeito da indústria da soja e que produtores precisam só respeitar Código Florestal

O deputado Dr. Eugênio de Paiva (PSB) pediu à indústria compradora de soja que respeite o produtor de Mato Grosso e que a chamada moratória do produto seja suspensa definitivamente. Ele fez a defesa durante a audiência pública na Comissão da Agricultura e Reforma Agrária do Senado, nesta quarta-feira (23), no Senado, em Brasília.

A moratória da soja foi um acordo celebrado em 2006 por empresas da indústria de processamento para a não comercialização da soja de área de desmatamento na Amazônia Legal. Foi uma barreira não tarifária válida a partir de julho de 2008 das empresas e organizações não governamentais (ONGs) compradoras da mercadoria no mercado internacional.

“Que possamos nessa conciliação fazer com que vocês da indústria respeitem os nossos produtores. E que nossos produtores respeitem o Código Florestal. E que o Governo de Mato Grosso olhe para nossos produtores e para nossas maiores riquezas que são nossas commodities”, propôs a solução Dr. Eugênio, o Deputado do Araguaia.

Ele fez a sugestão diante do discurso de conciliação proposto pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar.

“É fazer com que nossos produtores não fiquem reféns das tradings, que fazem os seus cartéis, e colocam o preço onde elas querem, fazendo reféns nossos produtores”, reforçou Dr. Eugênio.

Ele disse ainda que no passado, se for olhar o currículo dos representantes da indústria, “eles não foram tão defensores da preservação do meio ambiente”, como quiseram fazer valer com a moratória da soja.

Araguaia – Dr. Eugênio citou também na audiência pública no Senado o exemplo dessas barreiras comerciais não tarifárias, a tentativa recente de enquadrar desde 2023 o território do Araguaia como se fosse bioma Pantanal, com a aplicação da Lei estadual nº 8.830/2008, que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção da Bacia do Alto Paraguai. As áreas úmidas do Araguaia e Vale do Guaporé assim foram classificadas.

A restrição de uso de área no Araguaia, em termos de licenciamento ambiental, foi motivada por uma ação iniciada pelo Ministério Público Estadual e foi judicializada. Algo que causou insegurança e prejudicou a produção e desenvolvimento do Araguaia.

Foi necessário investimento de R$ 2,3 milhões da Assembleia Legislativa para realizar um estudo, em cerca de um ano, com equipe de 8 professores habilitados em solo, água e vegetação para comprovar cientificamente que as áreas do Araguaia e do Guaporé não são podem ser classificadas como Pantanal e nem enquadradas na Lei nº 8.830/2008.

Os estudos foram coordenados pelos professores João Carlos de Souza Maia, Virlei Álvaro de Oliveira e Emilio Carlos de Azevedo, da UFMT/Fundação Uniselva.

O Noroeste

Recent Posts

Depoimento: padrasto preso por morte de enteada diz que chamou filho e adolescentes para ‘dar susto’ em família

Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, disse que chamou o filho, de 18 anos,…

4 minutos ago

Família repudia tentativa de padrasto de transferir culpa à mãe de adolescente assassinada

A família da adolescente Heloysa Maria Alencastro Souza, de 16 anos, assassinada brutalmente em Cuiabá,…

23 minutos ago

Saúde de Cuiabá convoca 239 vigilantes em Processo Seletivo Simplificado

A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) publicou na última quarta-feira (23) uma nova…

27 minutos ago

Câmara aprova projeto de lei que estabelece tarifa zero nos ônibus aos domingos em Cuiabá

Prefeitura de Cuiabá informou que R$ 5 milhões serão destinados exclusivamente ao custeio da nova…

31 minutos ago

Marido preso por dar café envenenado à esposa fingiu ter ingerido a bebida para enganar polícia: ‘estou morrendo’ | MT

José Nilton Vital da Silva, de 58 anos, foi preso nessa quarta-feira (23) suspeito de…

34 minutos ago

Primeira-dama de MT reforça importância da língua brasileira de sinais e dos intérpretes na comunicação inclusiva

Central de Interpretação de Libras atendeu cerca de 65 mil pessoas, em seis anos Na…

55 minutos ago