Durante evento da Escola Judicial – TRT-MT, primeira-dama de MT fala sobre desafios do sistema e pré-julgamento contra as mulheres

A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, participou nesta quarta-feira (18.03) do evento de abertura do ano letivo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT), com a roda de conversa “Mulheres que fazem História”, mediada pela desembargadora Eleonora Lacerda. Também participaram a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Liana Chaib; a presidente do TRT – MT 23ª Região, desembargadora Adenir Carruesco; e a presidente da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB MT).

A finalidade do evento foi debater e refletir sobre a luta da mulher pela igualdade de gênero. As participantes discutiram os desafios enfrentados pelas mulheres na atualidade, abordando temas como igualdade de gênero, espaço das mulheres, superação e a busca incessante pelo reconhecimento em uma sociedade ainda marcada pelo machismo.

Virginia Mendes compartilhou sua experiência ao assumir o papel de primeira-dama de Cuiabá, quando seu marido, Mauro Mendes, foi prefeito, e também quando assumiu suas funções como primeira-dama do Estado.

Foto: Jana Pessoa

“Vim do mundo empresarial, que não tinha relação com a política, e para mim foi muito difícil, pois eu não sabia nem por onde começar. O desafio foi ainda maior no Estado, onde, mesmo com o apoio total do meu esposo, ele sempre me apoiou em meus projetos”, disse Virginia Mendes.

Ela falou sobre sua primeira missão logo que iniciou suas atividades como primeira-dama do Estado. “Quando a desembargadora Maria Erotides me convidou para tirar a Delegacia 24 Horas da Mulher do papel, enfrentei resistência de secretários. Mas conseguimos concretizar a obra”, contou.

Para a primeira-dama, o pré-julgamento das pessoas e a desigualdade na política são obstáculos que precisam ser superados. “Ainda temos muito mais homens do que mulheres na política, e enfrentamos inúmeras dificuldades no sistema. O pré-julgamento é algo que machuca. Eu passei por isso e ainda passo. Sempre dizem: ‘Ela é só esposa de um prefeito, de um empresário ou governador, tem condições financeiras, não gosta de pobre’, sendo que vim de uma família humilde. O pré-julgamento sobre a mulher é sempre mais forte”, afirmou Virginia Mendes.

Foto: Jana Pessoa

Segundo a presidente do TRT – MT 23ª Região, Adenir Carruesco, as mulheres ocupam posições de liderança em diversas áreas da sociedade. “Somos a maioria da população e do eleitorado, lideramos quase metade dos lares brasileiros e temos maior escolaridade e longevidade do que os homens. Além disso, desempenhamos um papel central na educação dos filhos e da família. Diante desse cenário, questionamos: por que, em 2025, ainda precisamos discutir igualdade de gênero?”, questionou Adenir Carruesco.

Durante o bate-papo, a ministra do TST, Liana Chaib, falou sobre a subestimação da mulher e a importância do exercício da autoestima. Ela também ressaltou a distância que a sociedade ainda encontra em relação à paridade. “Podemos ser exemplo do improvável, pois ele acontece. A autoestima é uma superação diária, e a equidade de gênero ainda é um desafio, especialmente no ambiente doméstico. Seguimos lutando por esse direito”, afirmou.

Eleonora Lacerda enfatizou a importância da mulher se apresentar à sociedade. “Muitas vezes, as mulheres sequer se apresentam, mas atividades maravilhosas, como as que a primeira-dama Virginia exerce e tem desenvolvido no estado, proporcionam maior emancipação feminina. Quando você ajuda a construir uma creche ou cuida das pessoas que mais precisam, está também se apresentando à sociedade. Virginia é um exemplo disso. Outras mulheres já chegaram até ela para expressar esse reconhecimento”.

Foto: Jana Pessoa

A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, fez um balanço sobre as conquistas alcançadas na instituição. “Em 2016, quando um projeto exigiu que 30% dos cargos de gestão fossem ocupados por mulheres, muitos advogados disseram que a OAB iria parar. Mas logo atingimos o percentual. Em 2021, o Programa Paridade exigiu que 50% dos cargos de gestão e das chapas fossem compostos por mulheres. Foi outra disputa, mas nós avançamos e seguimos em busca de uma maior democratização na OAB e na sociedade”.

O Noroeste

Recent Posts

Engavetamento com caminhão da Cavalaria da PM deixa policial ferido em MT | MT

Os demais motoristas saíram ilesos e assinaram termo de recusa de atendimento médico. Um engavetamento…

6 horas ago

Mãe e filha morrem após carro capotar e cair em córrego em estrada vicinal de MT

Vítimas estavam indo para um acampamento na região; perícia investiga Valdinéia Luzia Custódio Paes, 37…

6 horas ago

Jovem de 25 anos morre atropelada por caminhão após acidente na ponte Sérgio Motta

Paula Emanuelli Celestino Gervasio, 25, morreu ao ser atropelada por uma carreta durante a manhã…

6 horas ago

Artes feitas com cinzas de incêndios no Pantanal de MT são expostas na Câmara dos Deputados em Brasília

Ação percorreu os locais afetados por queimadas para recolher as cinzas e transformá-las em material…

10 horas ago

“Mostra que estamos entregando resultados”, afirma Samantha sobre ser lembrada para vice-governadora

A vereadora mais votada da história de Cuiabá, Samantha Iris (PL), comentou nesta segunda-feira (7)…

11 horas ago

Inscrições para o conselho de educação alimentar vão até o dia 28 deste mês

Estão abertas até o dia 28 de julho as inscrições para a composição do Conselho…

11 horas ago