O músico Thiago Festa, de 27 anos, foi morto em dezembro de 2011, em Cuiabá — Foto: Arquivo pessoal
O ex-policial civil Kleber Ferraz Albuês e atual assessor do deputado estadual Júlio Campos (UNIÃO) será submetido a júri popular por sequestrar, matar e esconder o corpo do músico Thiago Festa Figueiredo, de 27 anos, em Cuiabá, em 2011. A decisão do julgamento foi assinada pela juíza da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, Cristhiane Trombini Puia Baggio, na terça-feira (3).
O julgamento foi marcado para o dia 27 de junho, às 9h, presencialmente. Além do assessor, o técnico de informática Hueder Marcos de Almeida será julgado pelos mesmos crimes.
Em nota, o departamento jurídico do gabinete de Júlio Campos informou que o deputado apoia todas as investigações e ações da Justiça referentes ao caso do Kleber e que, quando o Poder Judiciário der uma decisão final sobre o caso, todas as medidas legais serão tomadas.
“Ressaltamos que o mesmo foi contratado neste Gabinete, em 03 de fevereiro de 2025, e no momento de sua admissão apresentou todos os documentos exigidos, inclusive Certidão Negativa Civil e Criminal, não havendo qualquer empecilho na sua contratação, que até o momento é resguardada pelo princípio Constitucional do contraditório”, diz trecho da nota.
Conforme denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os dois são acusados de crimes como sequestro qualificado, homicídio qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. Kleber também responderá por ter usado o cargo de policial para encobrir o crime e manipular provas (entenda mais abaixo).
A irmã de Thiago, Thais Figueiredo, contou que a família ainda vive o luto pela morte do músico e que reviver o caso depois de 14 anos esperando por respostas é doloroso. Ela será ouvida como testemunha no júri, mas acompanhará a sessão de forma remota por questões de segurança.
“Meu irmão era um rapaz bom, trabalhador, músico e empreendedor. O assassino hoje ocupa um cargo de confiança em um gabinete que cuida da segurança pública do Estado. Isso é vergonhoso”, disse.
A mãe da vítima, Maria Antônia Festa, disse a imprensa, que o filho morava em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, e estava de férias quando foi assassinado.
O assassinato ocorreu em uma clínica de reabilitação de propriedade da mãe do policial, para onde a vítima foi levada à força depois de ter sido abordado em uma blitz quando estava acompanhado de um amigo. Mesmo sem autorização da família de Thiago, o policial teria o forçado, sob ameaça com arma, a ir até a clínica de sua propriedade.
Na clínica, Thiago foi dopado contra a vontade com um coquetel de medicamentos controlados, apelidado de “danone”. A vítima teria avisado que era alérgica, mas mesmo assim Kleber e Hueder teriam insistido. Thiago morreu horas depois, trancado no chamado “quarto da disciplina”.
Na época, o corpo do músico foi encontrado às margens de uma rodovia, e, segundo o MP, a cena foi encoberta como se tratasse apenas de um encontro de cadáver, com registro forjado por Kleber.
Em dezembro de 2012, quando a denúncia do MP foi recebida pela Justiça, foi determinada a suspensão de Kleber da função de investigador da Polícia Civil, o que foi cumprido um mês depois.
Ele respondeu a processo administrativo e perdeu definitivamente o cargo em abril de 2014. Kleber chegou a ser readmitido no cargo em dezembro daquele ano, mas, após uma denúncia feita à ouvidoria do governo do estado, teve o processo revisto e a demissão mantida em novembro de 2015.
Kleber já foi investigado por um procedimento administrativo disciplinar e denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por sete crimes, entre eles falsidade ideológica, prevaricação (quando um servidor público usa do cargo para cometer crime), e fraude processual.
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