Lara Fabia Ribeiro de Oliveira foi presa após investigações indicarem que o crime teria sido motivado por vingança relacionada a uma ação trabalhista, movida por ex-funcionária da empresária.
A empresária do ramo fitness, Lara Fabia Ribeiro de Oliveira, teve liberdade provisória concedida pela Justiça de Mato Grosso, nessa terça-feira (11), após ter ficado três meses presas ao ser apontada pela polícia como mandante do sequestro e tortura de sete pessoas, entre eles um recém-nascido, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
A reportagem, a defesa da empresária disse que não irá se posicionar. A reportagem tenta contato com todos os outros envolvidos citados nesta reportagem.
As investigações apontaram que o crime foi motivado por vingança, após Lara ter sido processada por uma ex-funcionária, que também está entre as vítimas do sequestro, em uma ação trabalhista e acabou perdendo a causa. Segundo a polícia, os sequestradores chegaram a afirmar que colocariam fogo no bebê para obrigar a mãe a desistir do processo.
Após a polícia confirmar o envolvimento de Lara no crime, ela foi presa em julho, juntamente com outras seis pessoas, entre elas o namorado da empresária, Guilherme de Almeida Iung. Na época, com os suspeitos, foram apreendidos um revólver, uma pistola, munições, aparelhos celulares e placas de veículos automotivos.
Na decisão, que foi proferida pela 1ª Vara Criminal de Sorriso e assinada pelo juiz Rafael Depra Panichella, consta que a prisão preventiva da empresária foi revogada porque, apesar de existirem elementos que apontam para sua participação no crime, o magistrado entendeu que não subsistem as condições necessárias para manter a prisão.
Diante disso, ele substituiu a prisão por medidas cautelares, determinando que Lara se apresente mensalmente à Justiça, permaneça em casa durante a noite, fins de semana e feriados, evite qualquer contato com vítimas ou outros investigados, não frequente bares e só deixe a comarca com autorização prévia, por período não superior a 15 dias
O juiz, porém, decidiu manter presos outros quatro envolvidos: Anderley Vieira da Silva, Attila Jeremias de Sousa, Cleomar Aparecido e o pai de Lara, Valmir de Oliveira. Para o magistrado, a gravidade do caso, o risco que os acusados representam à ordem pública e os indícios de que teriam atuado de maneira organizada e violenta justificam a continuidade da prisão preventiva deles.
Crime motivado por vingança
De acordo com o Tenente-Coronel Jorge Almeida, da Polícia Militar de Sorriso, as investigações da época indicaram que o crime havia sido premeditado e motivado por vingança, embora todos os suspeitos tenham negado envolvimento durante os depoimentos.
A principal linha de investigação apontou que o ataque teria sido uma retaliação por conta da ação trabalhista movida por uma das vítimas. Desde então, a empresária passou a ameaçar a ex-funcionária. Segundo Almeida, os agressores chegaram a exigir que a mulher desistisse da ação judicial.
Ainda conforme o Tenente-Coronel, relatos colhidos pela polícia indicaram que, enquanto a família estava mantida em cativeiro, o pai da empresária teria ligado para ela, pedindo autorização para matar as vítimas, e Lara teria dado a permissão por telefone.
Prisões
Há três meses, Lara, que é proprietária de uma academia de cross training em Sorriso, foi presa sob suspeita de envolvimento no crime. Na época, outros seis suspeitos foram presos suspeitos de participação no sequestro.
Todos os sete se tornaram réus por participação no sequestro, tortura e ameaças de morte contra a família, incluindo o recém-nascido que tinha apenas 28 dias quando o crime ocorreu. De acordo com a investigação, Guilherme Iung teria atuado diretamente no crime.
Relembre o crime
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As vítimas foram sequestradas dentro da própria residência em Sorriso. Segundo relatos da época, os criminosos chegaram à casa fingindo procurar um carro por aplicativo e, aproveitando a distração, invadiram o imóvel, agredindo e ameaçando a família. Quatro dos suspeitos estavam armados e teriam dito às vítimas que pertenciam a uma facção criminosa.
Após as agressões, os criminosos obrigaram a família a entrar no veículo dos próprios moradores e seguiram até um trecho da BR-163, onde os deixaram abandonados antes de fugir com o carro. A família conseguiu escapar e pedir ajuda, conseguindo chegar até uma unidade de saúde, onde denunciou o ocorrido à Polícia Militar.
Durante as buscas, a polícia localizou o carro roubado e encontrou no interior do veículo um revólver com munições intactas, celulares e placas veiculares. Também foi realizada revista em outro carro utilizado pelos suspeitos, onde nada de ilícito foi encontrado, mas uma pistola com marcas de sangue foi localizada próxima ao veículo, escondida sob uma lata de tinta, coincidindo com a descrição das armas usadas no crime.



