Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino Da Silva estavam presos desde o dia 21 de maio. De acordo com o desembargador Lídio Modesto, relator do processo, não há motivo para manter o casal preso, uma vez que eles estão contribuindo com as investigações.
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mandou soltar o casal de empresários Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino Da Silva, responsáveis pela empresa Imagem Serviços de Eventos, investigada por aplicar golpes em festas de formatura no estado. A decisão é da última terça-feira (10).
De acordo com o desembargador Lídio Modesto, relator do processo, não há motivo para manter o casal preso, uma vez que eles estão contribuindo com as investigações e possuem endereço fixo. Os demais integrantes da Quarta Câmara Criminal concordaram com o desembargador.
A reportagem tenta localizar a defesa dos investigados.
O casal fará uso de tornozeleira eletrônica e não poderá se ausentar do município sem autorização. Eles ainda não poderão sair de casa durante à noite e nem nos dias de folga.
Márcio e Eliza se entregaram à polícia no dia 21 de maio, após prisão preventiva ter sido decretada pela Justiça depois de uma investigação da Policia Civil.
A polícia estima que Márcio e Eliza fizeram mais de mil vítimas e causaram um prejuízo de mais de R$ 7 milhões aos estudantes. Cerca de 250 boletins de ocorrência foram registrados contra a empresa. Em alguns deles, há relatos de mais de uma vítima, com casos que reúnem até 20 estudantes em um único boletim.
Em depoimento à polícia, eles alegaram dificuldades financeiras para o encerramento repentino das atividades das empresas.
Os empresários foram encaminhados à audiência de custódia, e devem permanecer presos em unidades prisionais de Maringá e da região metropolitana de Cuiabá, à disposição da Justiça.
Plano de golpe
Ainda de acordo com o delegado Rogério da Silva Ferreira, os empresários teriam planejado o golpe com antecedência, pois já sabia que a empresa seria fechada, mas precisava arrecadar dinheiro para deixar o estado. Um dia antes do encerramento das atividades, chegaram a fechar contratos, mesmo cientes de que a empresa estava prestes a encerrar as operações.
“As investigações apontam que, uma vez cientes que as empresas seriam fechadas no começo de 2025, eles planejaram com antecedência e esse planejamento visou obter um maior valor possível em prejuízo das vítimas”, disse.
Os suspeitos são investigados por crime contra o patrimônio, crime contra as relações de consumo e associação criminosa, com penas que podem chegar aos 13 anos de prisão e multa.
O que disseram os estudantes
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Em fevereiro deste ano, diversos estudantes que efetuaram denúncias contra a empresa. A estudante de medicina pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) de Cáceres, Alana Gosch, disse que somente a turma dela sofreu um prejuízo de R$ 307 mil, fora os gastos pessoais de cada aluno.
“Estamos todos arrasados com a notícia [do cancelamento da festa], porque fomos pegos de surpresa, não só na parte financeira, mas também no emocional. Fomos atrás de vestido, marcamos maquiagem, fizemos lembrancinhas. Foram 4 anos de espera pra acontecer isso 15 dias antes da festa”, disse.
Além dos alunos, alguns funcionários do estabelecimento informaram que não receberam os salários referente aos meses de dezembro e janeiro.
O fotógrafo Guilherme Firmino relatou em entrevista ao g1 que foi informado pelo advogado da empresa de que as contas do estabelecimento haviam sido bloqueadas e por isso os salários não poderiam ser pagos, mas que, em breve, alguém entraria em contato para ressarcir os valores.
No entanto, de acordo com ele, não recebeu nenhum contato por parte da empresa. Ele alega que o estabelecimento deve a ele cerca de R$ 10 mil.



