Uma das principais referências políticas do agronegócio brasileiro, o senador Jayme Campos (União-MT) cobrou do Supremo Tribunal Federal (STF) responsabilidade na tomada de decisões que implicam a ‘Moratória da Soja’. A medida vem causando graves perdas econômicas à produção nacional, com reflexos na economia e no aspecto social.
“Não podemos aceitar que nenhum país do mundo venha aqui e aponte o dedo para nós, determinando o que devemos fazer” – disse o senador mato-grossense, em contundente pronunciamento durante audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado convocada para debater o assunto.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado em 2006 entre empresas exportadoras e organizações não governamentais que restringe a compra de soja cultivada em áreas desmatadas da Amazônia após julho de 2008. A medida ocorre mesmo quando o desmate é feito dentro da legalidade, conforme regras definidas pelo Código Florestal.
Jayme Campos cobrou soluções efetivas para o impasse que a moratória vem causando à produção do Estado. Inclusive do STF, que analisa em Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre a Lei Estadual 12.709/2024, que proíbe a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderem à moratória.
Ele também mencionou a recente decisão do governo brasileiro, com base em projeto aprovado pelo Congresso Nacional, que trata da reciprocidade. Segundo Campos, “o que é bom para outros países precisa ser bom também para o nosso”.
“O Brasil é um país rico. Temos que pensar também no Brasil e não apenas nas tradings, na comercialização, e em botar muita grana no bolso enquanto nós ficamos chupando o dedo. E não é só o produtor, é o trabalhador, e toda uma cadeia que depende da produção” – acrescentou.
Desde o ano passado, Jayme Campos vem debatendo na CRA a questão da moratória, denunciando, inclusive, as ações das tradings, no que chamou de atitudes de ‘lesa-pátria’ ao impor regras para aquisição do produto, que confronta o Código Florestal Brasileiro.
Atualmente, 95% de toda a produção nacional de grãos encontra-se, segundo o senador, nas mãos dessas empresas. Mato Grosso é responsável por cerca de 30% da produção nacional de grãos. Na ocasião, Campos chegou a denunciar que esse controle promovido no acordo da moratória estaria influenciando na formação de preço do produto.
“Ninguém aqui é devastador, muito pelo contrário. Mato Grosso é o estado que mais produz nesse país aqui, tratando de forma, com certeza, civilizada, mas, acima de tudo, de forma sustentável” – assegurou.
O debate sobre a necessidade de se colocar fim à moratória da soja atraiu ao Senado diversos representantes da classe política de Mato Grosso. Requerida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), o evento reuniu o presidente da ALMT, deputado Max Russi, e os deputados estaduais Janaína Riva, Gilberto Cattani, Dr. João, Dr. Eugênio e Carlos Avallone, além das deputadas federais Gisela Simona e Juliana Kolankiewicz e do prefeito de Porto dos Gaúchos, Vanderlei de Abreu
A audiência ainda contou com a participação de representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
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