Investigação apontou que no crime, vigilantes impossibilitaram a defesa da vítima.
Os quatro vigilantes investigados por espancar um homem no Terminal Rodoviário de Cuiabá no início de fevereiro, foram indiciados por homicídio qualificado. A informação foi divulgada pela polícia neste sábado (15).
Hidemaro Ivan Jose Sanchez Camaho, de 49 anos, era imigrante venezuelano e estava no Brasil desde 2019. Os suspeitos, de 33, 48, 55 e 68 anos, foram identificados como:
- Dhiego Érik da Silva Ferreira;
- Jonas Carvalho de Oliveira;
- Alvacir Marques de Souza;
- Luciano Sebastião da Costa.
A reportagem tenta contato com a defesa dos suspeitos.
Os quatro vigilantes foram indiciados pelo crime, com recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima. Segundo o delegado responsável pelo caso, Nilson Farias, os seguranças se excederam e contribuíram para a morte do imigrante.
“A vítima chega muito alterada na rodoviária, bate no vidro com a cabeça. Mas como vigilantes, a função deles é proteger mesmo quem está praticando um ato de vandalismo. Eles se excederam na forma de controlar porque eles agrediram, deram um mata-leão, contribuíram para a morte”, explicou.
Relembre o caso
No início de fevereiro, um homem morreu após ser espancado por quatro vigilantes no Terminal Rodoviário de Cuiabá. Segundo a polícia, a vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Os suspeitos foram presos.
Uma câmera de segurança flagrou o momento das agressões. Nas imagens, é possível ver o homem sendo espancado pelos vigilantes. Em seguida, o homem corre para a plataforma da rodoviária, tropeça, cai e continua sendo espancado pelos suspeitos e, depois, é imobilizado.
A vítima foi rendida por um dos vigilantes com um golpe mata-leão por mais de um minuto.
Em nota, a Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (SINART) informou que está tomando as providências necessárias para a apuração dos fatos e colaborando com as investigações. Disse também que não compactua com qualquer forma de conduta que resulte em violência, constrangimentos ou agressão, e zela sempre pela garantia dos direitos dos passageiros e usuários nos terminais rodoviários.