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terça-feira, agosto 26, 2025
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Com desqualificação de Abílio, UFMT se defende e diz que crítica é ofensiva e genérica; Veja nota I MT

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A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Faculdade de Direito da UFMT repudiaram, em nota, as falas do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que classificaram o ensino da instituição como “uma bosta”. Segundo a nota, a declaração desqualifica, de maneira genérica e ofensiva, o trabalho de milhares de docentes, técnicos e estudantes, além de desrespeitar a sociedade.

A nota destaca que a UFMT é responsável pela formação de gerações de profissionais, pesquisadores e líderes atuantes no desenvolvimento do Estado e do país. “O reconhecimento da qualidade da formação acadêmica é atestado nacional e internacionalmente […] A UFMT é referência regional e nacional em ensino, pesquisa e extensão”, diz trecho da nota publicada no Instagram da instituição.

Já a Faculdade de Direito classificou as declarações como “ofensivas, inverídicas, irresponsáveis e desrespeitosas” com a comunidade acadêmica. “A UFMT é patrimônio do povo mato-grossense e brasileiro, reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade de seu ensino e pesquisa, e pela dedicação de seus servidores técnicos, estudantes e docentes, que enfrentam diariamente as adversidades impostas pelo subfinanciamento das universidades públicas”, diz o texto – leia na íntegra no fim da matéria.

Para a faculdade, a fala do prefeito é uma tentativa de desqualificar a universidade pública, revelando o desconhecimento da relevância e também um ataque direto à educação pública, gratuita e de qualidade. “Exigimos respeito às universidades e a valorização da ciência, da educação e da autonomia universitária, pilares fundamentais para a democracia e para o futuro de Mato Grosso e do Brasil”.

 

Educação vai mal no Brasil

Desde a última semana, Abilio vem fazendo críticas a qualidade do ensino ofertado nas escolas municipais e estaduais. “A nossa educação no nível estado e município está de péssima qualidade. E muita das vezes alguém vai falar: ‘mas, nós estamos em oitavo lugar no nível Brasil’. Você vê como o Brasil tá ruim também”, declarou.

Mais adiante, em sua argumentação, ele criticou o governador Mauro Mendes (União), de quem é aliado, por enaltecer o oitavo lugar entre os estados brasileiros.

“Não tem do que se vangloriar […]. Isso mostra que a política Paulo Freire não funcionou. Então precisamos repensar qual é a política adequada. Nós temos que voltar ao básico”, avaliou.

Subindo o nível da escolaridade e de críticas, ele criticou a falta de condições para o estudante acessar a rede pública e tenha que pagar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Alega alunos que de escola pública acabam se inscrevendo em faculdades particulares e algumas de Ensino à Distância (EAD) onde o ensino ofertado não é adequado para formar bons profissionais.

Em contrapartida, estudantes com mais dinheiro conseguem passar no seletivo para instituições públicas. “O que a gente vê hoje é as crianças de escola pública tendo que pagar parcelamento de Fies em escolas privadas e muitas vezes por EAD e baixa qualidade. E enquanto aqueles que estudam em escolas privadas, que fazem cursinhos pré-vestibulares e tudo mais, eles entram nas faculdades públicas e eles vão lá ter acesso a uma outra educação diferenciada. Mesmo que a escola pública, a faculdade pública no nosso estado, por exemplo, seja uma bosta, como a UFMT tem sido”, disparou.

Para mudar este cenário, o prefeito afirmou que Cuiabá e o Estado estão numa parceria a fim de buscar estratégias para melhora a qualidade do ensino ofertado na rede pública.

O prefeito Abilio é formado em arquitetura pela Universidade de Cuiabá (Unic). A vice, Vânia Rosa cursou Segurança Pública pela UFMT. O governador Mauro Mendes (União) formou-se engenheiro na federal de Mato Grosso.

 

Nota da Faculdade de Direito da UFMT:

“NOTA DE REPÚDIO

A Faculdade de Direito da UFMT manifesta seu mais veemente repúdio às declarações do Prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, proferidas em entrevista coletiva na Câmara de Vereadores nesta terça-feira, 19 de agosto de 2025.

Tais falas são ofensivas, inverídicas, irresponsáveis e desrespeitosas com a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), instituição que, há mais de cinco décadas, desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica, na extensão comunitária e no fortalecimento do desenvolvimento social, econômico e cultural de nosso Estado.

Além disso, diferentemente do que foi reportado no vídeo, a UFMT possui políticas de cotas em 50% das vagas ofertadas, além de políticas de assistência estudantil, que garantem a inclusão e a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade social e econômica, promovendo justiça social e ampliando o acesso de jovens, em especial negros, indígenas e oriundos da rede pública de ensino, ao ensino superior gratuito e de qualidade.

A UFMT é patrimônio do povo mato-grossense e brasileiro, reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade de seu ensino e pesquisa, e pela dedicação de seus servidores técnicos, estudantes e docentes, que enfrentam diariamente as adversidades impostas pelo subfinanciamento das universidades públicas.

A UFMT possui um corpo docente de alta qualificação acadêmica, formado majoritariamente por mestres e doutores, com sólida trajetória científica e compromisso social. Essa excelência se reflete na qualidade do ensino, na relevância da produção de pesquisas e na atuação extensionista, que leva conhecimento e serviços diretamente à comunidade.

A tentativa de desqualificação de uma universidade pública revela não apenas desconhecimento da sua relevância, mas também um ataque direto à educação pública, gratuita e de qualidade, princípio constitucional que garante inclusão social e igualdade de oportunidades.

Vale ressaltar que a Faculdade de Direito da UFMT, em diversas ocasiões, figura entre as melhores faculdades públicas do país em rankings de avaliação do ensino superior, o que demonstra a excelência de sua formação acadêmica.

A Faculdade de Direito reafirma sua solidariedade a toda comunidade universitária e conclama a sociedade a se posicionar em defesa da UFMT e das instituições públicas de ensino superior.

Exigimos respeito às universidades e a valorização da ciência, da educação e da autonomia universitária, pilares fundamentais para a democracia e para o futuro de Mato Grosso e do Brasil.

Em defesa da UFMT. Em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”. 

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