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Ex-policial e cúmplice são condenados por morte e ocultação de corpo de músico em clínica clandestina de Cuiabá | Mato Grosso

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A Justiça condenou, nesta sexta-feira (11), o ex-policial civil Kleber Ferraz Albuês e o técnico de informática Hueder Marcos de Almeida pelo envolvimento no sequestro, assassinato e ocultação do corpo do músico Thiago Festa Figueiredo, em Cuiabá, em 2011.

Em um júri que levou cerca 16h, o ex-policial foi sentenciado a 9 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio simples, sequestro e falsidade ideológica. Já Hueder Marcos foi condenado a 1 ano de detenção em regime aberto, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A reportagem tenta localizar a defesa de Kleber e Hueder.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Thiago foi levado à força até uma clínica clandestina, onde foi dopado com medicamentos controlados, mesmo após informar que era alérgico às substâncias. Após a morte, o corpo foi ocultado às margens da estrada que dá acesso ao Distrito da Guia, em Cuiabá.

Ao g1, a irmã de Thiago, Thais Figueiredo, contou que a família ainda vive o luto pela morte do músico e que reviver o caso depois de 14 anos esperando por respostas é doloroso. Ela foi ouvida de forma remota como testemunha no júri.

“Meu irmão era um rapaz bom, trabalhador, músico e empreendedor. O assassino hoje ocupa um cargo de confiança em um gabinete que cuida da segurança pública do Estado. Isso é vergonhoso”, disse.

Assassinato em clínica de reabilitação

A mãe da vítima, Maria Antônia Festa, disse que o filho morava em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, e estava de férias quando foi assassinado.

O assassinato ocorreu em uma clínica de reabilitação de propriedade da mãe do policial, para onde a vítima foi levada à força depois de ter sido abordado em uma blitz quando estava acompanhado de um amigo. Mesmo sem autorização da família de Thiago, o policial teria o forçado, sob ameaça com arma, a ir até a clínica de sua propriedade.

Na clínica, Thiago foi dopado contra a vontade com um coquetel de medicamentos controlados, apelidado de “danone”. A vítima teria avisado que era alérgica, mas mesmo assim Kleber e Hueder teriam insistido. Thiago morreu horas depois, trancado no chamado “quarto da disciplina”.

Na época, o corpo do músico foi encontrado às margens de uma rodovia, e, segundo o MP, a cena foi encoberta como se tratasse apenas de um encontro de cadáver, com registro forjado por Kleber.

Demissão

Em dezembro de 2012, quando a denúncia do MP foi recebida pela Justiça, foi determinada a suspensão de Kleber da função de investigador da Polícia Civil, o que foi cumprido um mês depois.

Ele respondeu a processo administrativo e perdeu definitivamente o cargo em abril de 2014. Kleber chegou a ser readmitido no cargo em dezembro daquele ano, mas, após uma denúncia feita à ouvidoria do governo do estado, teve o processo revisto e a demissão mantida em novembro de 2015.

Kleber já foi investigado por um procedimento administrativo disciplinar e denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por sete crimes, entre eles falsidade ideológica, prevaricação (quando um servidor público usa do cargo para cometer crime), e fraude processual.

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