No rodapé de uma administração que plantou falácias sucessivas na fase de campanha, anunciando mudanças emergenciais para Várzea Grande – principalmente no tocante à crise hídrica que o município vivencia há décadas -, a prefeita Flávia Moretti (PL) se vê agora acuada pela própria inércia de sua gestão. É como se fosse alguém engessado dos pés à cabeça, movendo-se meio robotizada; a bengala de apoio não tem encontrado direcionamento preciso.
Sem nenhuma perspectiva convincente de que conseguirá resolver nada do que prometeu, a prefeita entrou rapidamente numa linha ascendente de descrédito perante a população. E isso acontece em menos de dois meses de “gestão”, alquebrando a paciente espera de que algo positivo acontecesse a partir de janeiro.
Flávia Moretti não dá o braço a torcer: insiste em sublinhar que as grandes mudanças prometidas durante sua campanha irão se tornar palpáveis em tempo real.
Resta saber, na opinião dos munícipes, quando isto acontecerá efetivamente. Ou seja: se VG terá resolvido suas demandas durante este mandato [de Flávia] e/ou mais à frente, quando ela se distanciar politicamente da principal cadeira do município.
Mais realistas, há munícipes que simplesmente desacreditam em tudo que tem sido propagado pela prefeita. Atribuem que Moretti continua é brincando de ser administradora. E afirmam que aquele castelo de promessas tão propagado na fase de campanha estava sustentado numa estrutura de areia; tanto que ruiu facilmente.
Foto: SECOM
RESTA AGUARDAR
Com seu único objetivo alcançado – o de conseguir votos -, a prefeita várzea-grandense tem se dedicado a edificar estruturas fictícias na Cidade Industrial, cônscia de que sonhos anunciados publicamente podem se sobrepor a demandas gritantes por soluções em setores distintos (saneamento, saúde, educação, infraestrutura, etc.).
O resultado disso tudo é o descontentamento geral do povo várzea-grandense, incluindo os próprios eleitores de Moretti. A maioria diz se sentir traída. E questionam: “Mudanças de quê?”
O fato é que Flávia Moretti está batendo diária continência para a decepção geral dos várzea-grandenses. E agora amarga no seu currículo de administradora pública a forçosa imagem da prática de nepotismo: seu marido, Carlos Alberto Araújo, foi exonerado do posto de secretário de Assuntos Estratégicos do município.
A decisão é do juiz Carlos Roberto Barros de Campos, da da 3ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Várzea Grande, que julgou procedente denúncia do Ministério Público nesse sentido. Os demais parentes nomeados pela prefeita também perderam os cargos.
No mais, resta aguardar para que a mágica das construções projetadas por Moretti se transformem em pilares concretamente fincados em todas as regiões da área urbana, periférica e distrital de Várzea Grande. Porque, por maior que seja o recuo de admiração anterior a Moretti – substituído drasticamente por decepção -, prevalece ainda alguma esperança nos habitantes do município. Afinal, não é possível que alguém tenha lutado tanto para retroagir com tudo que a população reclama.
