Presidente da Assembleia Legislativa aponta dificuldades em construir o PSB no Estado, fala em ampliar base pelo Podemos e admite sonho de governar MT, embora descarte disputar em 2026
Durante entrevista ao PodCast Política de Primeira, O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi, confirmou que vai deixar o PSB e ingressar no Podemos. A mudança será oficializada durante a janela partidária de março de 2026, mas já é tratada pelo parlamentar como decisão tomada.
Segundo Russi, o principal motivo para a troca é a dificuldade em consolidar o PSB em regiões estratégicas do Estado, especialmente no eixo do agronegócio, onde o partido enfrenta resistência ideológica.
“O ‘S’ do PSB acaba dificultando muitas filiações em Mato Grosso, que é um Estado com forte viés de direita e do agro. Em cidades como Alta Floresta, Colíder, Guarantã, Sinop, Sorriso e Lucas, tivemos enorme dificuldade até para formar chapas”, destacou.
Embora o PSB tenha elegido quatro deputados estaduais em 2022, alcançando uma das maiores bancadas, Russi avalia que a legenda se mostrou limitada para expansão regional. Já no Podemos, ele afirma enxergar “mais liberdade e facilidade para construir uma base estadualizada”, além de atrair novas lideranças.
“É um partido pequeno em Mato Grosso, mas com muito espaço para crescer. Muitos querem se filiar. Quero aproveitar essa oportunidade para montar um grupo político mais forte, com presença em todas as regiões”, disse.
O deputado também deixou claro que a mudança não significa arrastar automaticamente seus familiares para a nova sigla. Sua esposa e seu irmão — ex-prefeito de São Pedro da Cipa — seguirão independentes nas escolhas partidárias.
“Cada um tem sua autonomia. Eu apoio as decisões deles, independentemente da cor partidária”, frisou.
Ambições políticas
Russi afirmou que sua prioridade imediata é concluir com eficiência sua gestão como presidente da ALMT. Na próxima eleição, garante que disputará novamente o cargo de deputado estadual, descartando a possibilidade de concorrer à Câmara Federal.
“Não tenho vocação para ser deputado federal. Acredito que consigo contribuir muito mais como estadual”, declarou.
Questionado sobre ser lembrado como possível candidato ao governo do Estado, o parlamentar não escondeu que esse é um desejo pessoal, ainda que não faça parte de seu projeto de curto prazo.
“Seria hipocrisia dizer que não sonho em governar Mato Grosso. Quem vive a política tem esse desejo, porque é no Executivo que se consegue executar projetos. Quando fui prefeito, implantei escola em tempo integral, tripliquei vagas em creches e abri distrito industrial. Esse é o tipo de transformação que só ao Executivo permite. Mas para 2026 não é meu projeto. O cenário está muito configurado”, ponderou.
Apesar de descartar candidatura majoritária agora, Max Russi reforça que continuará trabalhando para ampliar sua base, fortalecer o Podemos e garantir entregas ao Estado.
“Meu objetivo é ser um bom presidente da Assembleia e ajudar Mato Grosso a continuar crescendo. O sonho é governar, mas o compromisso atual é trabalhar pelo nosso povo”, concluiu.