O jiu-jitsu brasileiro conquistou o mundo por sua capacidade de fortalecer corpo e mente. Dessa essência nasceu o parajiu-jitsu, uma modalidade adaptada para pessoas com deficiência física, sensorial e cognitiva, levando os benefícios da arte suave a quem antes estava à margem do esporte, a categoria atende cerca de 26 deficiências superando a natação que chega a 16.
A origem do parajiu-jitsu, no formato reconhecido internacionalmente hoje, está em Barra do Garças (MT), por meio do trabalho pioneiro dos professores Elcirley Silva e Mário “Cowboy” e contam com o apoio da franquia Grace Barra no município para os treinos. Com suporte institucional e sensibilidade social, eles iniciaram um movimento que posicionou o Brasil como referência global em inclusão esportiva. A iniciativa teve o apoio decisivo da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, reconhecida por sua atuação em causas de inclusão e acessibilidade.
O que começou como um projeto local ganhou dimensão internacional. Com o apoio do Sheikh Mohammed bin Zayed, o parajiu-jitsu chegou a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e logo se espalhou por Japão, Inglaterra, Alemanha, Itália, Estados Unidos, entre outros países. A modalidade também se tornou ferramenta de reabilitação para vítimas da guerra na Ucrânia, demonstrando que, como afirmam os idealizadores, “o esporte é muito mais do que competição, é cura, superação e transformação social”. Atualmente, no Mundo o esporte está presente em 48 países.
e no Brasil, o crescimento é contínuo, com destaque para estados como Amazonas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Acre, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Roraima, Pará, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal.
O parajiu-jitsu caminha lado a lado com o jiu-jitsu convencional rumo ao reconhecimento como modalidades olímpica e paralímpica. Competições já foram realizadas nesse formato nos World Games e em países como Arábia Saudita, Grécia, Emirados Árabes e China, consolidando o esporte no cenário mundial.
O membro do Conselho da JJIF (Federação Internacional de Ju-Jitsu), Christian Horvath-Portele, declarou.
“Gostaria de mencionar especialmente a comunidade brasileira de Para-Jiu-Jitsu, liderada por Elcirley Luz Silva e Mario Edson. Juntos, aumentamos o número de participantes em torneios internacionais a cada ano, e ainda estamos crescendo. O Campeonato Mundial da JJIF 2025 em Bangkok/Tailândia representa o ponto alto para todos os atletas ao redor do mundo. Já é o maior evento de Para-Jiu-Jitsu que a JJIF já teve, em número de atletas inscritos”.
Para Elcirley Silva, presidente da Federação Brasileira de Jiu-Jitsu Paradesportivo (FBJJP) e fundador da Associação Mato-grossense de Jiu-Jitsu Paradesportivo (AMJJP), o momento é histórico.
“Ver o parajiu-jitsu nascer em Barra do Garças e hoje alcançar o mundo é a maior prova de que a inclusão não tem limites quando há propósito. Lutamos por dignidade, respeito e oportunidades iguais, dentro e fora do tatame. O esporte é uma ferramenta poderosa de transformação social e emocional. Temos orgulho de fazer do Brasil uma potência nessa revolução inclusiva. Continuaremos trabalhando para que cada pessoa com deficiência que deseje viver os benefícios do esporte tenha acesso à prática. O parajiu-jitsu é para todos”.
Confira a trajetória desse esporte que transforma:
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